quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Vestido diferente feito de papelão, barbante e nanquim
Miriam Kajiki, autora do vestido que usa nas fotos, precisou certa vez apresentar uma produção para determinada matéria do curso de Artes Visuais, na Unicamp. O desafio era criar uma escultura de vestir e como ela na época estava encantada com o papelão, escolheu o material para trabalhar.
"A estrutura me lembrou origamis, que me lembraram o Japão, que me lembrou o tanabata (festival de verão). Durante o festival as pessoas escrevem pedidos em papéis coloridos, prendendo-os em bambus. A partir disso pensei em fazer um vestido onde eu pendurasse pedidos, desejos, sonhos que as pessoas me falassem", explica a garota.
Inspirada na tradição e substituindo alguns materiais - crochê no lugar do bambu e plaquinhas de papelão em vez de papéis coloridos, Miriam alcançou o resultado que buscava. Uma roupa bonita e delicada, afinal, são os desejos de outras pessoas que ela carrega no corpo - a moça garantiu que ali não há nenhuma vontade própria.
Para nomear o vestido o termo PEÇA foi convenientemente escolhido. Relaciona-se tanto com o objeto quanto com os desejos ali representados (peça, de pedir). O resultado é atraente, conceitual e pode ser usado sim, mas com alguma autodisciplina. Vestindo PEÇA o simples ato de sentar é um desafio. Deitar ou tomar chuva fica terminantemente proibido. Realmente não é para qualquer um, é somente para quem assumir a responsabilidade de tratar bem os anseios dos outros.
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